Ainda em campanha, quando foi eleito prefeito em 2012, Artur Virgílio prometeu por meio de “Carta Compromisso” implementar 80 km de ciclovias na cidade durante os quatro anos de mandato.
Em julho de 2013, a Prefeitura de Manaus anuncia a construção dos primeiros 14,6 km de infraestrutura, que ficou conhecida como “Ciclovia Boulevard Ponta Negra” (http://implurb.manaus.am.gov.br/ciclovia-vai-do-boulervard-passa-pela-avenida-brasil-ate-a-marina-do-david-na-ponta-negra/). Na obra, além das 3 km implementados sobre o passeio urbano na Av. Boulevard Alvará Maia, nenhum outro trecho foi construído, apesar de licitada, anunciada e iniciada, foi paralisada por completo desde a entrega do referido trecho em março de 2015.
Com os sérios problemas de mobilidade urbana enfrentados pela cidade, a bicicleta se torna cada vez mais atrativa pra boa parte da população, o que exige mais atenção do Poder Público, que por sua vez, é cada vez mais lento na reação e enfrentamento da questão.
Muito embora atualmente hajam projetos e planejamento de inclusão de obras que beneficiem o ciclistas dentro do cronograma da Prefeitura, conforme manifestação nas matérias linkadas abaixo, essa lentidão nas reações inevitavelmente gera insatisfação popular.
Não foi com outra motivação que vários ciclistas se reuniram esse fim de semana na Ponta Negra para um protesto “comemorativo” dos 6 anos da PROMESSA da ciclovia Boulevard-Ponta Negra. O grupo concentrou e saiu do viaduto da Boulevard, passando por onde seria a ciclovia, avenida Brasil, Coronel Teixeira, destino à Ponta Negra. Lá se organizaram na rotatória, estenderam faixas, levaram bolo com vela e balões, cantando um animado Parabéns pelo dia. Ao final, um bate papo/troca de idéias foi realizado por todos.
A iniciativa foi do coletivo Massa Critica Manaus e contou com a participação de ciclistas envolvidos em outros coletivos.
Além de justa, a manifestação é legítima, não só porque expressa a vontade popular, mas, sobretudo, porque não requer nada além daquilo que foi prometido e que já é imposto legalmente, por meio da Lei de Mobilidade Urbana implementada desde 2012.
Hoje, quando se comemora o “dia internacional do ciclista”, o que queríamos mesmo era ter motivos para comemorar de fato a inclusão da cidade nessa revolução da mobilidade ativa já iniciada em muitos países. Mas enquanto isso não ocorre, pedestres, ciclistas e todos os que decidem se locomover na cidade sem motor, devem se utilizar de todos os meios democráticos para expressar sua vontade e insatisfação.
Vejam nas fotos como foi o protesto e confira nos links a repercussão na imprensa.
Fotos: Massa Crítica Manaus
