A prefeitura de Buenos Aires está investindo na bicicleta como meio de transporte, oferecendo uma rede de ciclovias, bicicletas públicas e vários outros incentivos para a população pedalar. A experiência dos nossos vizinhos é um ótimo exemplo para cidades no Brasil.
Como várias outras cidades do mundo, Buenos Aires está investindo na bicicleta como um meio de transporte saudável e eficiente. A prefeitura de lá decidiu investir no Programa Bicicletas de Buenos Aires para promover o uso da bike, oferecendo uma rede de ciclovias seguras e atrativas, além de um sistema de transporte público com bicicletas gratuitas e bicicletários.
O programa contempla a construção de cerca de 100 km de ciclovias e, desde o final de 2010, os cidadãos de Buenos Aires já contam uma parte do sistema funcionando. Essas ciclovias aumentam muito a segurança dos ciclistas e conectam universidades, edifícios públicos, centros comerciais, parques urbanos, praças públicas e bairros boêmios. Em geral, as ciclovias são de mão dupla, bastante confortáveis e bem sinalizadas, sendo utilizadas por pessoas de várias faixas etárias e classes sociais.
A rede de ciclovias consiste de um conjunto de soluções pontuais de acordo com as condições pré-existentes em cada trecho, sendo algumas construídas sobre calçadas e outras como uma faixa protegida ao longo da pista. Isso aparentemente ajuda a reduzir os custos de construção, favorecendo a continuidade e abrangência do sistema.
A pavimentação da maior parte está em ótimas condições, mas alguns trechos precisam de melhorias. Em algumas partes existe falta de continuidade entre as ciclovias. Entretanto, o problema mais nítido é a invasão das ciclovias por pedestres e carros.
As ciclovias são sinalizadas e nos cruzamentos eles usam uma faixa verde para sinalizar o local de passagem de ciclistas e uma placa amarela pintada no chão para alertar os motoristas da presença dos ciclistas.
Outro grande incentivo que a Prefeitura de Buenos Aires oferece aos seus cidadãos é um sistema de transporte público acoplado à rede de ciclovias com cerca de 500 bicicletas gratuitas disponíveis para a população residente. O sistema conhecido como ‘Melhor de Bici’ funciona com 21 estações espalhadas pela cidade, e após fazer um breve cadastro pela internet ou em uma das estações, pode-se pegar uma bicicleta sem custo algum pelo período máximo de 2 horas. Hoje cerca de 15.000 usuários estão cadastrados no sistema e diariamente cerca de 2.000 pessoas utilizam as bicicletas amarelas, mostrando que além de tango, nossos hermanos desfrutam da bicicleta como alternativa de transporte urbano.
O sistema funciona atualmente das 8:00 às 20:00 de segunda a sexta e das 9:00 às 15:00 aos sábados, ficando fechado aos domingos. O usuário pode consultar a disponibilidade em tempo real para assegurar sua bicicleta. Cada uma das estações é composta de uma estrutura metálica fechada que abriga cerca de 25 bicicletas, capacetes e dois funcionários responsáveis pelo atendimento. A produção das bicicletas amarelas é feita por uma empresa argentina e oficinas vinculadas com a prefeitura realizam a manutenção das bicicletas, o que agrega mais valor à economia local.
Créditos :: Ricardo Braga Neto (saci@pedalamanaus.org)
Parabéns pelo texto Saci!! é parece que nuestros hermanos estão bem engajados na proposta da bike como solução dos problemas da mobilidade urbana nos grandes centros. Aprendemos com elles!!
Valeu Nando! Eu gostei muito de pedalar por lá, foi ótimo ter tido a oportunidade de estar em Buenos Aires e registrar essa experiência incrível que eles estão construindo. É certo que o relevo plano da cidade facilita muito, mas em Manaus vejo muitas oportunidades para construir um sistema cicloviário tão funcional quanto o deles.
Muito bom o vídeo e muito bom o exemplo! Em 2006 estive na cidade com um nativo e rodamos por todos os lados de ônibus, onde já ficava clara a diferença da qualidade do transporte público se comparada ao Brasil. Há ônibus para todos os lados, bem sinalizados, com intervalo curto, preço baixo e diferenciado de acordo com a distância percorrida. Além disso, há preocupação com o conforto do motorista (o motor é sempre atrás) e dos passageiros (câmbio automático reduz bastante os trancos). Agora com o transporte integrado com bicicletas públicas e ciclovias, fomos colocados no bolso. Parabéns, hermanos!
Que inveja Saci, espero vivenciar essa esperiência em meu pais, quem sabe meus filhos ou meus netos…beijos
Enquanto isso… Aqui em Manaus… O Governo do Estado proíbe a circulação de bikes na Ponte do Bilhão … Vergonha.
O Detran-Am, tem competência para proibir ou não a passagem de ciclistas pela ponte Rio Negro. Pois o Artigo 58 do Código de Transito Brasileiro, permite. Quem tem mais competência?
E se nós quisermos atravessar a pé com a bicicleta, vão nos proibir também? O Artigo 68 do CTB é bem claro:§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao
pedestre em direitos e deveres. Então nós podemos atravessá-la nesta condição!!!