Em parceria com a Prefeitura de Manaus e a Caloi, o grupo Pedala Manaus está colhendo informações para mapear as vias da cidade e guiar a implantação de ciclovias
Manaus (AM), 06 de Fevereiro de 2013
ANDERSON SILVA
O movimento Pedala Manaus propôs uma parceria para que se estude vias que possam receber ciclovias ou ciclofaixas
Ciclistas de Manaus que dependem da “magrela” para ir ao trabalho ou simplesmente usufruir de um passeio sonham com o dia em que poderão pedalar pela cidade sem correr o risco de serem, atropelados. E o grupo que incentiva milhares de pessoas a usarem o meio de locomoção, o Pedala Manaus, resolveu ficar um pouquinho mais perto desse sonho.
O Pedala fez parceria com a nova administração municipal e é agora responsável por colher informações com os ciclistas para mapear as vias de Manaus que no futuro devem receber ciclovias. Atualmente cerca de 16 mil em Manaus pessoas usam a bike em diversas situações.
“Nos comprometemos em colaborar da melhor forma possível, iniciando o programa com a pesquisa sobre Origem-Destino e o mapeamento das melhores vias para se pedalar na cidade”, disse o coordenador do Pedala Manaus, Ricardo Braga Neto.
A ideia de criar, o quanto antes, as ciclovias é promessa de campanha do prefeito Artur que é adepto do uso da bicicleta. Antes mesmo de completar dois meses de mandato, o prefeito ordenou que houvesse a criação de um programa que incentive e valorize o uso da bike.
“A presidência do Implurb entrou em contato com o Pedala Manaus para formar uma parceria que deve se estender para outras entidades da prefeitura, como o Manaustrans e a Semdej, formando o programa Bicicleta Manaus”, explicou Ricardo, ressaltando que o programa vai gerar inúmeras atividades.
“O programa contemplará uma série de atividades para promover o uso da bicicleta como meio de transporte, como campanhas educativas e investimento em infraestrutura”. Segundo coordenador, o prefeito de Manaus prometeu até o final do mandato, em 2016, entregar 80 km de ciclovia, sendo 20 km a cada ano.
“O prefeito Artur Neto citou uma base de 80 km de ciclovias para construir em quatro anos, mas é possível implementar até mais que isso considerando a integração das ciclovias com as ciclofaixas e ciclorotas. Investir em infraestrutura é essencial para garantir a segurança dos ciclistas”, pontuou.
A iniciativa envolve a prefeitura, o grupo Pedala Manaus e a fábrica de bicicletas Caloi. A pesquisa pode ser respondida no https://www.pedalamanaus.org e também impressa para ser aplicada a ciclistas sem acesso à internet.
“Creio que o mais importante nesse processo é que a prefeitura, pela primeira vez na história da cidade, está vendo o potencial da bicicleta como um meio de transporte. A sociedade mostrou que existe demanda, cabe agora ao poder público implementar as melhorias” diz.
Avenidas da morte
Três avenidas da capital apresentam as piores condições para a pedalada. Segundo dados do grupo, a maior parte da cidade permite usar a bicicleta – requerendo atenção -, mas as avenidas Rodrigo Otávio (Zona Sul), Grande Circular (Zona Leste) e Torquato Tapajós (Zona Centro-Sul e Norte) apresentam grande risco aos ciclistas.
“A Rodrigo Otávio, por ser estreita, ter um desnível inclinado perto da guia e ter intenso fluxo de caminhões se torna perigosíssima para os ciclistas. Outros exemplos são a Grande Circular e a Torquato Tapajós, que hoje possuem um fluxo considerável de ciclistas, mas alguns acidentes envolvendo vítimas fatais foram registrados nos últimos anos”, analisou Braga Neto.